Por Willian Gouvêa – Professor e coordenador do SINTEPP Altamira
Em todo o território nacional, a eleição democrática para o cargo de diretor escolar foi, ou está, sendo conquistada. Exceto no Pará de Helder Barbalho, onde fazemos o caminho inverso:
Tínhamos na educação estadual, uma eleição para escolha de diretor, ainda que nem sempre tivéssemos candidatos interessados em ocupar este cargo. Apesar disso, a eleição estava lá. Mas veio do governo estadual, a brilhante ideia de acabar com as eleições, e agora vira diretor quem os diretores das DREs escolhem. E quem escolhe os diretores das DREs? Será que deputados da base aliada do governador?
Mais do que isso, o conselho escolar, também conhecido em muitos lugares como “Conselho de Pais e Mestres” não pode mais ter um presidente que é, nem pai, e nem mestre, e nem o porteiro, o vigilante, as merendeiras, nem ninguém… Esse cargo é automaticamente ocupado pelo diretor escolhido a dedo, por quem foi escolhido por políticos, para propagandear seus nomes pelos 4 anos que antecedem as suas próximas disputas eleitorais.
Hoje existe um processo na Seduc chamado: “Certificação de lideranças” onde servidores do órgão fizeram um curso, prova, e plano de gestão para se tornarem diretores. Mas recentemente, no fim de setembro, o diário oficial publicou que a próxima etapa (Escuta pública) ocorrerá apenas nas escolas em que houver vacância de diretores. E aqui vale um adendo, de que a maioria das escolas já tiveram indicações recentes de diretores pelas DREs antes desta publicação. Não terá então no estado, muitas pessoas assumindo este cargo por meio desta certificação. Qualquer pessoa que conhece a política barbalhista já previa exatamente isto. Não é nenhuma novidade. A questão é, que o SINTEPP parece inerte diante deste emparelhamento da educação aos interesses da base aliada do MDB e do barbalhismo, que destruiu a democracia na gestão escolar.
Se hoje, algum dinheiro é retirado do contracheque do trabalhador, amanhã o sintepp estará gritando, então também é necessária a mobilização contra esse desmonte, e provarmos que não lutamos apenas por dinheiro, mas por condições de trabalho, pela saúde do trabalhador, e pela educação (Já que hoje essa realidade citada, intensifica apenas o assédio moral, principalmente em busca de avanços nas notas do SAEB, perda de saúde do trabalhador, e uma educação que ignora o pensamento crítico e o ENEM).
A posição do SINTEPP deveria ser clara:
1- Exigir que em TODAS as escolas do Pará, aconteça IMEDIATAMENTE a consulta pública (Etapa VII do edital), para a escolha de diretor, podendo inclusive, mudar os atuais diretores que não foram escolhidos democraticamente;
2- Abolir as etapas seguintes, da entrevista, e da escolha do governador através da lista tríplice, que abrem margem para favorecimento pessoal de grupos políticos;
3- Voltar IMEDIATAMENTE com as eleições para presidente do conselho escolar, PROIBINDO que o diretor seja o presidente, evitando assim o alinhamento de interesses políticos com uso de dinheiro público, como já funcionava anteriormente.




